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sexta-feira, 19 de setembro de 2014

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O livro em papel desaparecerá?

Prof. Nicolau Gilberto Ferraro

As mídias eletrônicas

Muitas obras podem ser lidas na tela de um computador. As bibliotecas estão transformando seu acervo em livros digitais que possibilitam maior facilidade de acesso, além de necessitar de um espaço menor para seu armazenamento. Por meio da Internet é possível consultar e ler obras de autores clássicos e contemporâneos, visitar museus e ver em detalhes, embora virtualmente, obras de artistas famosos, pesquisar sobre realizações científicas e tecnológicas recentes, trocar informações por meio de blogs e das diversas redes sociais.

Muitos conhecimentos que adquirimos atualmente, não procedem das bibliotecas tradicionais e de arquivos impressos. Os livros eletrônicos têm como vantagens a fácil aquisição e a portabilidade, isto é, podem ser facilmente transportados, por exemplo em um simples pen drive.
Em virtude disso uma pergunta naturalmente surge: O livro impresso desaparecerá?

Os livros impressos

Em sua obra “Não contem com o fim do livro”, os escritores Umberto Eco e Jean-Claude Carrière, intermediados pelo jornalista Jean Philippe Tonnac,  relatam como o livro atravessou a história da humanidade. No capítulo ”O livro não morrerá”, Umberto Eco afirma: “ Para ler, é preciso um suporte. Esse suporte não pode ser apenas o computador. Passe duas horas lendo um romance  em seu computador e seus olhos virarão bolas de tênis. A propósito, o computador depende da eletricidade e não pode ser lido numa banheira, nem tampouco deitado na cama. Logo, o livro se apresenta como uma ferramenta mais flexível...”

Pesquisas apontam que muitos compradores de e-books compram também livros impressos. O livro impresso não desaparecerá. A continuação de sua existência ocorrerá juntamente com as novas tecnologias eletrônicas. Um não substituirá o outro. Eles conviverão harmoniosamente e se completarão, da mesma forma que o rádio não desapareceu com o surgimento da TV. O livro impresso não é simplesmente um objeto de consumo. Ele gera informações e conhecimentos, faz parte de nossa cultura e de nosso dia a dia.

Os e-books apresentam muitas possibilidades de atrair leitores: suas fotos possuem uma maior resolução, podem ser ampliadas e as interações e links podem fazer parte da narrativa.
    
Em entrevista à revista Veja, Juergen Boos, presidente da Feira do Livro de Frankfurt, comentou sobre a perenidade dos livros em papel:

“Não acredito na morte dos livros em papel. Simplesmente porque o ato da leitura não é o mesmo, quando feito em leitores digitais. Ler um livro em papel requer uma habilidade especial. A começar porque se leva, pelo menos, meia hora para entender minimamente um contexto. Além disso, há uma forte conexão física entre o leitor e o livro. Essa relação se altera no mundo virtual. Na internet, é comum que se busquem informações breves, para serem absorvidas num menor tempo possível. Essa falta de profundidade não se deve apenas ao tipo de plataforma em questão, mas também ao tipo de conteúdo produzido para esse fim. Há alguns fatores que, na minha opinião, permitem uma imersão mais profunda na leitura em papel. O primeiro deles é o próprio hábito. Em segundo lugar, a leitura significa mais do que simplesmente obter informação; representa a essência da alfabetização em seu significado amplo. Ou seja, a possibilidade de não apenas ler as palavras impressas no papel, mas entender o conteúdo, aprofundar-se nele, refletir e formar uma opinião. Os livros impressos exigem mais – intelectualmente – dos leitores”.

Livros impressos X mídias eletrônicas na educação

Do ponto de vista educacional, os livros impressos e as ferramentas eletrônicas confirmam sua complementaridade. O livro em papel é um objeto confiável, de consulta rápida e que se apresenta objetivamente, no cotidiano, como um material de estudo. Por outro lado, a tecnologia eletrônica permite enriquecer os processos de aprendizagem. Qualidade de imagens, animações, vídeos e simuladores tornam as aulas mais atraentes e facilitam o trabalho pedagógico do professor. As diversas editoras ao publicarem seus livros em papel têm como complementos livros digitais, além de um portal da obra. No portal, o leitor encontra leituras de revistas especializadas com temas educacionais e científicos, banco de questões das mais variadas procedências – de olimpíadas, vestibulares e do Enem –, resolução de exercícios que se encontram no livro impresso, comentários de como se trabalhar cada capítulo, guias especiais para o professor, atividades experimentais, enfim, os mais diversos acessórios digitais.

Livros impressos e digitais apresentam suas vantagens e desvantagens. Eles não se excluem, mas, sim, se complementam.


Sobre computadores e livros é interessante lembrar as palavras de Bill Gates:

“Meus filhos terão computadores, sim, mas antes, terão livros. Sem livros, sem leitura, os nossos filhos serão incapazes de escrever - inclusive a sua própria história”.

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