Sentindo calor...
Borges e Nicolau
Quando estudamos calorimetria aprendemos que o calor flui dos corpos de temperatura mais alta para os de tempertura mais baixa. O fluxo energético (calor é energia térmica em trânsito) cessa quando é atingido o equilíbrio térmico e os corpos apresentam a mesma temperatura.
Com base nessas premissas uma aluna, seguidora do Blog, enviou a seguinte pergunta:
"Quando dizemos "estou com calor" queremos, na verdade, dizer "o ambiente está com alta energia térmica e está transferindo mais energia térmica para mim do que eu estou habituado, e isso está desconfortável".
Está correta esta resposta?
Antes de responder à pertinente indagação, vamos falar de calor e sensação térmica. Nem sempre quando sentimos calor o ambiente está transmitindo energia térmica para o nosso corpo. Isso só acontece quando os termômetros indicam valores acima de 36,5 ºC, que é a temperatura normal do corpo humano. Temperaturas assim altas acontecem apenas em algumas regiões do planeta.
O corpo humano produz calor através de seu metabolismo e, como a temperatura ambiente é quase sempre menor do que 36,5 ºC, estamos quase sempre perdendo calor para o meio ambiente, esquentando a atmosfera.
Quando a temperatura está em torno de 22 ºC a 24 ºC, a sensação térmica é agradável, a perda de calor para o meio ambiente e a produção de calor pelo metabolismo, se equilibram. Mas, quando a temperatura sobe para, digamos, 30 ºC, o corpo perde menos calor do que seria necessário para manter o equilíbrio e a sensação térmica é desagradável. Nesse caso as pessoas dizem: estou com calor. E buscam alívio em piscinas ou praias.
Para evitar que a temperatura corporal supere os 36,5 ºC, o que seria perigoso, o corpo reage produzindo sudorese e diminuindo o metabolismo. O jeito é produzir menos calor. Em países quentes existe a prática da "siesta", que significa deitar após o almoço e esperar que a temperatura baixe para retomar as atividades. Faz sentido...
As considerações feitas pela aluna não estão totalmente corretas.
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