Coisas da vida
S.B.
Uma Dina teve morte instantânea. Ao lado do corpo jazia, também morta, a preguiça assassina. Aconteceu no Horto Florestal, em São Paulo, em 1951.
O delegado, Dr. Arquimedes, não teve dúvidas ao dar o caso por encerrado. Acidente. Com o intuito de evitar polêmicas chamou um veterinário para examinar a preguiça.
A primeira conclusão: o bicho morreu antes de cair. A cabeça fora esmigalhada pelo impacto com a cabeça de Uma Dina. A preguiça havia despencado de mais de sessenta metros de altura.
O que teria provocado a queda? Ao examinar o corpo o veterinário não encontrou sinais de ataque cardíaco ou qualquer outra causa de morte súbita.
O caso entraria para o rol dos mistérios insolúveis se não fosse o astrônomo amador Antônio Toledo, que na hora do acidente vasculhava o firmamento com seu poderoso telescópio. Ele notou a entrada na atmosfera de um meteorito e traçou sua rota.
A queda deu-se no Horto Florestal. Bingo! Caso resolvido. Meteorito na cabeça da preguiça, cabeça da preguiça, em queda livre, na cabeça de Uma Dina e acabou-se a história.
Em tempo, Uma Dina, na verdade, não era Uma Dina. Seu verdadeiro nome era Dolores da Silva. O apelido surgiu na infância quando ela empurrou uma massa de um grama e esta acelerou um centímetro por segundo ao quadrado.
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