Victor Brecheret
Brecheret, escultor, tem um papel diferenciado e fundamental no Modernismo Brasileiro. Com Anita Malfatti, é figura importante do período heróico do Modernismo um pouco antes da Semana de 22. Mas esta não é apenas a sua contribuição, ele se destaca nos anos 20 e 30 como artista da Escola de Paris e nas décadas de 40 e 50 no cenário artístico de São Paulo, com monumentos públicos, funerários e decorativos de fachadas na cidade, como o "Monumento às Bandeiras", hoje um dos símbolos da cidade.
Diferente dos artistas do nosso modernismo, Brecheret é de origem humilde. Imigrante italiano, órfão de mãe, veio para São Paulo, junto com seus tios maternos que o criaram.
A sua vocação para escultura se revela desde menino, quando amassa barro nas panelas da tia. Trabalha numa loja de calçados e à noite faz cursos técnicos no Liceu de Artes e Ofícios. Os tios com economias o enviam para Roma em 1913 para estudar escultura. Não sendo aceito na Academia de Belas Artes por falta de formação, entretanto é recebido como discípulo do mais famoso escultor italiano do momento, Arturo Dazzi.
Aprendendo a escultura através do processo do fazer, absorve as técnicas da modelagem e conhecimento da anatomia.
Nesta época, recebe grande influência do escultor sérvio Ivan Mestrovic, quanto à expressividade, tensão, alongamentos e torsões das figuras. De 1916 e 1919 participa com destaque em mostras coletivas em Roma.
Em 1920 retorna a São Paulo e é "descoberto" pelos jovens modernistas. Extasiados diante de suas esculturas, torna-se um elemento polarizador do grupo. De fato o artista e sua obra inspira os personagens de romances de Osvald de Andradre e Menotti del Picchia. Ainda traduz para escultura os poemas de Guilherme de Almeida e Menotti. Celebrado como um gênio e influênciado pelo espírito nativista do grupo, realiza a primeira maquete do "Monumento às Bandeiras".
Em 1921 com uma bolsa de estudos de escultura viaja à Paris, onde permanece por quase quinze anos com vindas ao Brasil. Em Paris participa de vários salões, intensa convivência com artistas como Leger e os brasileiros: Anita Malfatti, Tarsila do Amaral, Vicente do Rego Monteiro e Antonio Gomide. Modifica sua escultura adotando formas geometrizadas, lisas e luminosos. Brecheret torna-se um importante artista da Escola de Paris, tendo recebido o título de cavaleiro da legião de honra, e sua obra, "Grupo", para um museu.
Nos anos 20 como a maioria dos artistas da Escola de Paris, Brecheret está sensível à emergência do Art Déco que marcou a visualidade dos anos 20 e que tem seu ápice em 1925 com a Exposição Internacional das Artes Decorativas e Industriais Modernas. Alinhado a esta arte de vanguarda Brecheret foi bastante elogiado pela crítica.
Em Montparnase Brecheret conviveu intensamente com Gomide e Vicente do Rego Monteiro, a exposição "Modernismo / Paris Anos 20. Vivências e Convivencias" mostra os elos entre os três artistas, tendo como parâmetro comum o Art Déco. (Fonte: USP)
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