A vida como ela é
Uma Dina teve morte instantânea. Ao lado do corpo jazia, também morta, a preguiça assassina.
Aconteceu no Horto Florestal, em São Paulo, em 1951.
O delegado, Dr. Arquimedes, não teve dúvidas ao dar o caso por encerrado.
Acidente.
Com o intuito de evitar polêmicas chamou um veterinário para examinar a preguiça.
O animal estava em péssimo estado. A cabeça fora esmigalhada pelo impacto com a cabeça de Uma Dina.
A preguiça havia despencado de mais de sessenta metros.
O que teria provocado a queda? Ao examinar o corpo o veterinário não encontrou sinais de ataque cardíaco.
O caso entraria para o rol dos mistérios insolúveis se não fosse o astrônomo amador Adroaldo Conceição, que na hora do acidente vasculhava o firmamento com seu poderoso telescópio e ao notar a entrada na atmosfera de um meteorito traçou sua rota.
A queda deu-se no Horto Florestal. Bingo! Caso resolvido.
Meteorito na cabeça da preguiça, cabeça da preguiça, em queda livre, na cabeça de Uma Dina e acabou-se a história.
Entrou por uma porta e saiu pela outra, quem quiser que conte outra.
Em tempo, Uma Dina, na verdade, não era Uma Dina. Seu nome era Dolores da Silva.
O apelido surgiu na infância quando ela empurrou uma massa de um grama e esta acelerou um centímetro por segundo ao quadrado. (Sidney Borges)
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