36ª aula
Reflexão e Refração de Ondas
Borges e Nicolau
Reflexão de ondas
Quando uma onda sofre reflexão, a frequência, a velocidade de propagação e o comprimento de onda não variam.
Justificando:
Como a frequência depende somente da fonte, concluímos que a frequência da onda incidente é a mesma da onda refletida. A velocidade de propagação da onda depende do meio no qual ela se propaga. Na reflexão não há mudança de meio, logo a velocidade de propagação da onda incidente é a mesma da onda refletida. Não havendo mudança na frequência e na velocidade de propagação, resulta que o comprimento de onda também não varia.
Reflexão de um pulso que se propaga numa corda tensa
Vamos analisar dois casos:
1º Caso: reflexão em uma extremidade fixa
Considere uma corda AB com a extremidade B fixa em um ponto de uma parede rígida. Um pulso produzido na extremidade A, ao atingir o ponto B sofre reflexão e volta “invertido” em relação ao pulso incidente.
Neste caso, dizemos que a reflexão ocorreu com inversão de fase.
2º Caso: reflexão em uma extremidade livre
Podemos imaginar este caso considerando a extremidade B da corda presa a um anel que pode deslizar, sem atrito, ao longo de um eixo vertical. O pulso incidente atinge o ponto B e o anel sobe. Ao descer produz um pulso refletido "não invertido" em relação ao pulso incidente.
Nesta situação, dizemos que a reflexão ocorreu sem inversão de fase.
Refração de ondas
Quando uma onda sofre refração, a frequência não varia. A velocidade de propagação e o comprimento de onda variam no mesmo sentido, isto é, no meio onde a velocidade de propagação é maior o comprimento de onda também é maior.
Como a frequência depende somente da fonte, concluímos que a frequência da onda incidente é a mesma da onda refratada. A velocidade de propagação da onda depende do meio no qual ela se propaga. Na refração há mudança de meio, logo a velocidade de propagação da onda incidente é diferente da velocidade da onda refratada. De v = λ.f concluímos que o comprimento de onda da onda incidente é diferente do comprimento de onda da onda refratada.
Velocidade de propagação de uma onda transversal numa corda tensa
Considere uma corda de massa m e comprimento L e sob ação de uma força de tração de intensidade F.
Densidade linear da corda é a grandeza μ definida pela relação entre a massa m da corda e o seu comprimento L:
μ = m/L
v = √(F/μ)
Refração de um pulso que se propaga numa corda tensa
Considere o sistema constituído de duas cordas (1) e (2), de densidades lineares diferentes μ1 e μ2 com μ1 < μ2. Seja O o ponto de junção das cordas e F a intensidade da força de tração ao longo das cordas.
A extremidade B está fixa. O pulso produzido na extremidade A propaga-se na corda (1) com velocidade v1 = √(F/μ1).
Ao atingir a junção O, parte do pulso passa a se propagar na corda (2), isto é, ocorre refração do pulso. Na corda (2) a velocidade de propagação é
v2 = √(F/μ2) e sendo μ1 < μ2 resulta v1 > v2.
Na junção O, além da parte do pulso que se refrata, parte do pulso é refletido. O pulso refletido propaga-se com a mesma velocidade do pulso incidente. Observe que a reflexão ocorre com inversão de fase, pois o pulso incidente se propaga no sentido do meio (1) que é menos rígido para o meio (2), mais rígido.
Animação:
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Exercícios básicos
Exercício 1:
Assinale a proposição correta:
I) Na reflexão a frequência, a velocidade de propagação e o comprimento de onda não variam.
II) Na refração a frequência não varia. A velocidade de propagação e o comprimento de onda variam na mesma proporção.
III) A reflexão de um pulso pode ocorre com ou sem inversão de fase.
IV) A refração de um pulso ocorre sem inversão de fase.
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Exercício 2:
Um pulso é produzido na extremidade A de uma corda tensa, em duas situações mostradas nas figuras. Na primeira a extremidade B é fixa e na segunda livre.
Faça duas figuras representando o pulso refletido em cada situação.
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Exercício 3:
Considere o sistema constituído de duas cordas (1) e (2), de densidades lineares diferentes μ1 e μ2 com μ1 = μ2/4. Um pulso é produzido na extremidade A da corda tensa e na junção O sofre refração.
Determine a relação entre as velocidades de propagação v1/v2.
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Exercício 4:
Considere o sistema constituído de duas cordas (1) e (2), de densidades lineares diferentes, μ1 e μ2 com μ1 > μ2. O pulso produzido na extremidade A propaga-se na corda (1), atinge a junção O, e sofre refração e reflexão.
Faça uma figura representando os pulsos refratado e refletido.
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Exercício 5:
Um pulso com a forma indicada na figura abaixo é produzido na extremidade A de uma corda tensa, com a extremidade B fixa numa parede.
Das duas situações indicadas abaixo qual corresponde ao pulso refletido?
Exercícios de Revisão
Revisão/Ex 1:
(FEI-SP)
As figuras representam dois pulsos que se propagam em duas cordas (I) e (II). Uma das extremidades da corda (I) é fixa e uma das extremidades da corda (II) é livre.
As formas dos pulsos reletidos em ambas as cordas, são respectivamente:
(e) Não há reflexão na corda (II)
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Revisão/Ex 2:
(UCBA)
O esquema representa um pulso que se propaga numa mola de extremidades fixas. A seta indica o sentido de propagação.
Dentre os esquemas a seguir o que representa o pulso refletido é:
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Revisão/Ex 3:
(UNB-DF)
O pulso assimétrico incidente de B para A (figura abaixo) deverá sofrer reflexão em A.
A configuração da corda após a reflexão será a figura:
a) I se a extremidade A for livre.
b) II se a extremidade A for livre.
c) III se a extremidade A for fixa.
d) IV se a extremidade A for fixa.
Revisão/Ex 4:
(UC-GO)
A figura mostra o esquema composto por uma fonte de vibração ligada a duas cordas conectadas e tracionadas, uma corda PQ com densidade linear μ1 e a uma corda QR com densidade linear μ2 > μ1. Uma onda senoidal se propaga a partir da fonte com velocidade v1 = 15 m/s e comprimento de onda λ1 = 1,5 m na corda PQ. A onda continua a se propagar com uma velocidade v2 = 6 m/s na corda QR. Determine a frequência de vibração da fonte e o comprimento de onda na corda QR.
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Revisão/Ex 5:
(Mackenzie-SP)
A figura mostra uma onda transversal periódica, que se propaga com velocidade v1 = 8 m/s em uma corda AB, cuja densidade linear é μ1. Esta corda está ligada a uma outra BC, cuja densidade é μ2, sendo que a velocidade de propagação da onda nesta segunda corda é v2 = 10 m/s.
O comprimento de onda quando a onda se propaga na corda BC é igual a:
a) 7 m.
b) 6 m.
c) 5 m.
d) 4 m.
e) 3 m.
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n
Desafio:
Uma corda é feita de um material de densidade d = 5,0 kg/m3 e tem seção transversal de área A = 1,0.102 cm2. A corda está sendo tracionada, numa extremidade, por uma força de intensidade F = 2,0.10-3 N. A outra extremidade da corda efetua um MHS de frequência f = 4,0 Hz. Determine:
a) a densidade linear μ da corda;
b) a velocidade v de propagação das ondas na corda;
c) o comprimento de onda λ.
A resolução será publicada na próxima terça-feira
Um bloco preso à extremidade de uma mola vertical, oscila realizando um movimento harmônico simples (MHS). O bloco é ligado a uma corda horizontal, homogênea e tensa, produzindo em 10 s o aspecto indicado abaixo. No instante representado, considere os pontos da corda indicados: 1, 2, 3 e 4. A distância entre os pontos 1 e 2 é de 8,0 cm.
a) Determine a frequência e a velocidade de propagação da onda na corda;
b) Dos pontos 1, 2, 3 e 4, quais têm módulo da velocidade máximo e quais têm módulo da velocidade nulo?
Resolução:
a) Da figura dada, concluímos que em 10 s, formam-se 2,5 ondas, isto é, são decorridos 2,5 T, onde T é o período:
2,5.T = 10 s => 2,5/f = 10 s => f = 0,25 s-1 => f = 0,25 Hz
A distância entre os pontos 1 e 2 corresponde a meio comprimento de onda: λ/2 = 8,0 cm => λ = 16 cm.
Velocidade da propagação da onda na corda
v = λ.f => v = 16cm.0,25s-1 => v = 4,0 cm/s
b) Os pontos da corda repetem o movimento da fonte, isto é realizam MHS vertical: ao passar pela posição de equilíbrio a velocidade tem módulo máximo e nos extremos de oscilação, o módulo da velocidade é nulo.
Assim:
pontos 1 e 2 => módulo da velocidade máximo,
pontos 3 e 4 => módulo da velocidade nulo.
Ola, professor! Sei que não tem haver com os assuntos citados acima, mas gostaria que ajudasse em uma explicação para uma experiencia proposta no seu livro. Nao sei como explicar o fenômeno.
ResponderExcluir"o gelo que não derrete".
Colocando gelo e água num tubo de ensaio.
1) Por que, apesar de o sistema estar recebendo calor, o gelo não derrete?
2) O que aconteceria nesse experimento se o gelo não fosse mantido no fundo do tubo?
Não sei responder a essas perguntas.
Poderia me ajudar? Eu lhe agradeço!