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sábado, 12 de agosto de 2017

Especial de Sábado

Artigo de autoria do professor Nicolau Gilberto Ferraro para a revista Expressão Livre de julho de 2017

Vida de astronauta

Em 2016, 19 000 candidatos a astronauta participaram de um processo seletivo da NASA (Agencia Espacial Norte-americana), concorrendo a 14 vagas, o que equivale a mais de 1 300 candidatos por vaga. Os candidatos deveriam ser estadunidenses ou ter dupla nacionalidade, idade entre 27 anos e 37 anos e formação universitária em pelo menos uma dessas áreas: Engenharia, Física, Matemática ou Biologia. Mestrados, doutorados e experiência profissional eram requisitos indispensáveis. Sendo piloto de aviões a jato, o candidato era obrigado comprovar um mínimo de 1 000 horas de voo. Não sendo piloto, havia a imposição de três anos de experiência profissional na modalidade da formação universitária. 

Após passar por essa rigorosíssima peneira, o futuro astronauta foi submetido então, em Terra, a uma intensa preparação física (e psicológica) – o que pode chegar a três anos –, incluindo-se diversos testes com vistas a suportar as agruras do espaço e os efeitos da “gravidade zero”.  


 Os treinos na Terra, onde é simulada gravidade praticamente nula, podem ser realizados em aviões que descrevem trajetórias aproximadamente parabólicas. Ao atingir o ápice de altitude, o avião “despenca” em queda livre (de forma controlada) e os passageiros sentem a microgravidade por aproximadamente 25 segundos. Os efeitos da sensação da falta de peso – imponderabilidade –, entretanto, por algum tempo, são muito diferentes das consequências de uma prolongada permanência no espaço.



Candidatos a astronauta experimentam microgravidade durante voo em avião especial (Foto: Nasa)

Sendo a aceleração da gravidade aparente no interior do veículo espacial praticamente zero, como no caso da Estação Espacial Internacional (ISS ou EEI, em Português), o astronauta realiza suas tarefas sem que seu corpo encontre resistências apreciáveis. Ocorre, assim, com o passar do tempo, um enfraquecimento dos ossos, como se a pessoa sofresse de osteoporose, e perda de massa muscular.

 Para reduzir esses efeitos, os astronautas na ISS têm duas sessões diárias de exercícios – uma verdadeira malhação – em três diferentes aparelhos: uma bicicleta, uma esteira e a ARED (Advance Resistive Exercise Device), algo como dispositivo avançado de exercícios de resistência, em tradução livre.


A microgravidade também acarreta desorientação espacial e redistribuição dos líquidos no corpo, o que provoca desconforto, dores de cabeça, coriza, alterações cardiovasculares, mudanças da pressão arterial e intraocular e desidratação, entre outros sintomas.


Esses efeitos ocorrem, pois, na ausência de gravidade, os líquidos existentes no corpo passam das extremidades inferiores para a cabeça. As pernas enfraquecem e o rosto se torna inchado. Por isso, a circulação sanguínea fica prejudicada nas pernas e o sangue se concentra no cérebro. A pressão sanguínea aumenta na cabeça, comprime o nervo óptico e isso afeta a visão do astronauta que também perde a noção do que está em cima ou embaixo, isto é, o que é teto e o que é chão da nave. Ele também perde a capacidade de reconhecer como braços, pernas e outras partes do corpo ficam orientados, um em relação ao outro. E por estar “flutuando” no interior da nave, o indivíduo dorme em qualquer posição e isso pode acarretar insônia. Por tudo isso, as naves espaciais são projetadas para levar em conta os muitos efeitos da microgravidade.


Ao retornar, finalmente, à Terra o astronauta apresenta uma altura um pouco maior do que sua altura normal. Isso ocorre devido à expansão das vértebras da coluna, devido à falta de gravidade. Depois de algumas horas do retorno, porém, ele volta à estatura normal. 


Além dos desconfortos citados, há outros: os banhos se resumem à limpeza corporal com lenços umedecidos. A comida vem desidratada e empacotada a vácuo... “Ir ao banheiro” também exige treino, pois cada astronauta deve usar uma mangueira de sucção para os dejetos corporais; tudo deve ser coletado minuciosamente para se evitar que algo escape e saia levitando pela nave. 


Cada missão na ISS é planejada para durar meses. Todos os astronautas têm funções bem definidas na espaçonave, o que exige, para a realização de estudos e experimentos, extensas jornadas de trabalho.


A ISS completa uma volta ao redor da Terra a cada 90 minutos. Assim, ela fica com uma face voltada para o Sol por 45 minutos e em completa escuridão por outros 45 minutos, Portanto, os astronautas podem presenciar o Sol nascendo e se pondo 16 vezes durante um dia terrestre.


Imaginem os leitores como deve ser deslumbrante presenciar o nascer e o pôr do Sol em grande frequência, além de ver a Terra do espaço, a Lua, planetas, estrelas e outros corpos celestes!


Então, apesar de todas as dificuldades, a vida de um astronauta deve ser muito fascinante.


Qualquer que seja a profissão que um jovem venha a escolher, dele serão sempre exigidos muita dedicação e estudo; empenho e superação. É essencial estar sempre atualizado em relação às novidades que surgem a todo o momento. Lembrem-se, queridos estudantes, de que todas as carreiras são importantes e necessárias e muitas das novas e futuras profissões ainda estão sendo “inventadas”. Então, estejam atentos e bem preparados.


Os obstáculos encontrados não devem ser empecilhos para se abandonar os planos. As dificuldades são pequenas quando a vontade de vencer é maior.


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Nota: Na semana passada terminamos a série ganhadores do premio Nobel de Física com os laureados de 1916. Para você recordar clique aqui e reveja quem foi o primeiro ganhador.

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